sábado, 7 de maio de 2011

A MISSA DO GALO


                          

Até o começo da década de 1960 era comum os mancebos fazerem serenatas para as donzelas casadoiras. Era uma época em que, praticamente, a única tecnologia disponível e necessária para o mimo era um violão.
O palco era um céu cheio de estrelas, umedecido pelo orvalho da madrugada e aquecido pelos sonhos que vibravam nos corações dos que cantavam e pelos suspiros que brotavam na alma das que ouviam. 
Era um tempo em que as donzelas se recolhiam cedo, no mais tardar 22 horas. Todavia, na noite de Natal, a Missa do galo que, na época acontecia a partir da meia-noite, dava oportunidade a que esses corações, dividindo o mesmo espaço, vibrassem entrelaçados por troca de olhares que muitas vezes significavam o prenúncio de grandes histórias de amor.
O coral da igreja dava o tom ao clima, entoando os hinos apropriados para a ocasião. Esses momentos mágicos duravam tão somente enquanto eram vividos. Depois eram apenas lembranças.
Nossa época atual consegue a façanha de empacotar esse clima e exibi-lo quantas vezes se queira. A música está de volta à escola. E com isso, a história poderá ser reescrita e representada por novos atores e difundida em todo ciberespaço.

Um comentário:

  1. Olá Clarindo!
    Parabéns pelo seu blog e pelo seu coral. Esse modo diferenciado de postagem, do tipo contador de histórias torna o blog mais interessante e contagiante. Dá uma curiosidade para saber qual será a próxima história (postagem)..rs.
    Abraços,

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