quinta-feira, 28 de abril de 2011

O papel da inclusão digital no processo educativo

De acordo com o Texto Básico para Estudo – Inclusão Digital, uma vez estabelecido o significado inicial do termo, as condições materiais necessárias para que um indivíduo possa participar da inclusão digital serão: ter acesso a um computador, saber usá-lo e tê-lo ligado em rede com a internet.
Satisfeitas essas condições, a elas somar-se-ão o modo de vida desse indivíduo, o contexto social em que se insere e os seus anseios de médio e longo prazo, variáveis que determinarão o eventual motivo para almejar sua inclusão digital.
Uma vez esclarecidas essas condicionantes, especificamente, o texto procura definir o papel da inclusão digital no processo educativo.
Dentro desse escopo, desenha-se o cenário educacional reinante no Brasil fazendo menção ao fato de no país cerca de 10% da população ser analfabeta e ao da existência de grande número de analfabetos funcionais. Ao citá-los, considera esses fatores como fontes de dificuldades para se pensar em inclusão digital.
De outra parte, o texto exibe gráfico estatístico que revela a evolução do número de usuários da internet de 5,8% para 13,9% da população no período de 2000-2005. Comenta que, embora os dados sugiram um elevado crescimento, outro gráfico mostra que o patamar alcançado é ainda pouco significativo quando comparado com o de outros países.
Esse ar de pessimismo é atenuado na análise do terceiro gráfico que, distribuindo a população acessante por faixa etária, indica que cerca de 30% das crianças e quase 50% dos jovens são usuários da internet. Ou seja, é um contingente que envelhecerá  utilizando as tecnologias de informação e comunicação.
Não obstante, nas letras, o texto deixe transparecer a preocupação com a necessidade da difusão do letramento digital mesclada com certo desânimo quanto a possibilidade de consegui-la, nos números, expectativas otimistas se esboçam. Afinal a evolução percentual positiva na curta série temporal finalizada em 2005 clama por nova observação abrangendo período mais recente no sentido de verificar se a tendência continua ou não.
Pesquisando na internet foi encontrada no site do IBGE, no tópico Perfil dos Municípios Brasileiros 2009,  a seguinte informação: “Grande parte dos municípios brasileiros (87,6%) informou desenvolver política ou plano de inclusão digital em 2009.” Essa informação chamou a atenção e inspirou a busca de outros elementos.
Na página ARTIGONAL foi encontrada a afirmação, “Levantamento realizado pelo IBOPE, com números de julho de 2009, mostra que somos 68 milhões de internautas, o quinto maior do mundo com acesso a internet.”. Se considerarmos a população nesse momento como 200 milhões, o número de usuários da internet  corresponderia a 34%.
De outra parte, no site da BBC registra-se a notícia “De acordo com dados do IBGE, mais de 65% dos brasileiros com mais de dez anos de idade não acessam a rede mundial, sendo que a grande maioria destes (60%) não o faz por não saber como ou por não ter acesso a computadores.”. Ora, 65% de 200 milhões são 130 milhões, que somados aos 68 milhões do IBOPE atinge 198 milhões. O cruzamento dessas duas informações dá robustez à crença de que em 2009 já éramos realmente 68 milhões de internautas.
Somando tudo isso e volvendo os olhos para o que informou o IBGE, somos levados a crer na afirmação de estar em curso em quase 90% dos nossos municípios  o desenvolvimento de políticas de inclusão digital.
Todo esse discurso credencia duas conclusões: A taxa de crescimento do número de usuários da internet se mantém e as forças políticas priorizam a inclusão digital das massas.
Há de se considerar, todavia, que ao lado dessa onda quantitativa otimista reside a preocupação com o risco da inadequada utilização da inclusão digital no processo educativo.
É comum nos meios docentes ouvirem-se notícias da vigência generalizada da cultura do “clik e arraste”, ou seja, trabalhos escolares em forma de feixe de fragmentos extraídos na integra da internet. Presente-se que no ensino presencial em todos os níveis, está faltando (a exemplo do que ocorre na EaD) institucionalizar a conscientização de que a pesquisa na internet  não significa o enfeixamento de fragmentos do conhecimento alheio, mas sim a reunião de elementos que permitam a construção de uma idéia nova, recheada de originalidade.
Concluindo, a inclusão digital pura e simples parece não ser capaz de garantir melhora no processo educativo, podendo até ser prejudicial e se transformar num incentivo à preguiça, se não for precedida de estratégias que levem o aluno a adquirir a convicção de que seu uso deva ser encarado como uma ferramenta útil à construção do conhecimento.

Referências bibliográficas:

Livro Eletrônico: A História da Internet e a Inclusão Digital – EaD Educação Musical UFSCar. 2011.
IBGE. Disponível em: <
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1612&id_pagina=1> Acesso em 20/04/2011.
ARTIGONAL. Disponível em: <
http://www.artigonal.com/multimidia-artigos/inclusao-digital-no-brasil-1605539.html> Acesso em 20/04/2011.
BBC. Disponível em:
<
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/03/100315_brasil_impacto_cq.shtml>
Acesso em 20/04/2011.


INÍCIO DA CONVERSA

A BELA ADORMECIDA

Nossa educação musical permaneceu adormecida por quatro décadas. E o Brasil desaprendeu a cantar. A Lei 11.769 de 28/04/2008 marcou data para que um príncipe encantado surja, beije-a e desperte-a. Há notícias de que esse príncipe nasceu no limiar do terceiro milênio e recebeu o nome de EaD EdMus.
É um príncipe moderno, alegre, ágil, destemido, ousado, incansável, está em vários locais ao mesmo tempo, nunca dorme e age com armas poderosíssimas, dotadas de tecnologias digitais.
Ultimamente o príncipe vem anunciando um plano para formar e treinar em pouco tempo um exército numeroso que será incumbido da missão de ensinar o Brasil a cantar novamente
.