quarta-feira, 3 de março de 2021

Feliz Aniversário Zenith

Não é todo dia que uma pessoa amiga completa 80 anos. Mesmo estando distante é muito gostoso poder cartar-lhe Parabéns a você.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Missa da Epifania do Senhor

Passando por Campos do Jordão, tendo participado da missa na Igreja de Santa Terezinha, fui surpreendido pela maravilhosa apresentação do coral que incluiu na liturgia músicas tipicas das festas de Santos Reis. Por ser afeiçoado ao estudo das manifestações musicais do folclore brasileiro assim como ser estudioso do canto na liturgia, não me contive: solicitei ao regente autorização para registrar aquele som envolvente, no que fui carinhosamente atendido. Eis aí a delicadeza do som.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

DO FOLCLORE À MUSICALIZAÇÃO É SUCESSO DE MONTÃO









Quando criança, aprendi assim a parlenda da festa do tatu:

João pica pau
Maria mexe o angu
Tereza põe a mesa
Para a festa do tatu.

Certo dia, olhando para esses dizeres, fiquei me perguntando, qual teria sido a origem de tudo isso? – Por que João, Maria e Tereza estariam trabalhando numa festa para o tatu?
Que eu saiba, tatu vive num buraco que mal dá para ele se introduzir. - Como Tereza poria a mesa nessa casa? – Por que o prato principal seria o angu?
Por que tantas crianças da minha época cantaram sem contestação nenhuma essa e tantas outras e se divertiam a valer com isso? Ai, lembrei-me:
O folclore é o terreno fértil para a germinação de manifestações musicais. O folclore é generoso, admite a apropriação, aceita a adaptação, está sempre propenso a voltar à origem, ao mesmo tempo em que está aberto a metamorfosear-se para um elemento inédito.
Não tive dúvidas. Pedi licença ao folclore para esticar essa parlenda e transformá-la numa bem humorada ciranda com intuito de aplicá-la na educação infantil. Tentei dar sentido aos dizeres da parlenda e ficou assim:

A FESTA DO TATU

Alegres caminhando
Vamos à floresta
Na casa do tatu
Haverá uma grande festa

João, pica pau,
Maria mexe o angu.
Tereza põe a mesa
Para a festa do tatu.

Buraco no chão
É a casa do tatu
É muito apertada
E escura pra chuchu

Grita João,
Tereza e Maria,
Vamos dar no pé
Que esta festa é uma fria...

Eu achei que ficou tão legal. Mas, e as crianças gostariam também? – Resolvi testar na prática. Fui até a Escola Municipal Interventor Noraldino Lima, onde sabia existir em curso um trabalho de musicalização nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
Solicitei à Diretora que me permitisse fazer um experimento com alguns de seus alunos na interpretação da nova ciranda.
Tendo recebido a permissão e disponibilizados 7 alunos, distribuí-lhes as letras da ciranda e cantei com eles uma única vez, aprenderam e adoraram. Fomos para a fase da gravação em vídeo, quando já cantaram de cor e combinando com movimentos corporais inventados ali na hora.
Eu não os conhecia e nem eles a mim. A música fez de nós uma equipe em poucos instantes.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O papel da educação musical na melhoria do ambiente sonoro.




O mundo atual pode ser considerado como o tabuleiro do barulho. Nossas cidades, nossas estradas, nosso céu e até o nosso meio rural convivem com uma variedade de ruídos muito intensa.
Muito se tem ouvido falar sobre a urgência da implementação de políticas de regulação da ambientação sonora. Mas, enquanto essas não decolam dos intermináveis fóruns sobre o tema, uma conscientização social poderia ser um grande primeiro passo.
O ensino básico de nossas escolas poderia, em parceria com os pais, estabelecer mecanismos de criação de bons hábitos nas crianças e adolescentes a favor da despoluição sonora do nosso meio. Para isso, a educação musical seria um importante trunfo para o alcance de bons resultados. A defesa dessa crença se alicerça na consideração de que a música é a combinação de sons e silêncios de forma organizada
Como forma de simular a visibilidade da convivência entre o som e o silêncio, estabeleçamos uma metáfora: Imaginemos uma floresta nativa, onde se vê uma massa ininterrupta e diversa de vegetação e de outra parte uma área de terra arada onde começa a nascer uma plantação de milho.
A uma distância de cem metros, olhando para a terra arada veremos com plena nitidez que os pequenos vegetais que crescem são pés de milho. Diferentemente, à mesma distância, olhando para a floresta teremos dificuldade para identificar as espécies das grandes árvores.
Nossa intuição nos diz que a aglomeração é a causa da dificuldade para distinguirmos as árvores e ao mesmo tempo nos indica que os espaços vazios entre os pés de milho facilitam nosso reconhecimento.
Se compararmos a terra arada com o silêncio. os pés de milho com sons de pouca intensidade e as árvores com muitos sons fortes e simultâneos vamos encontrar a mesma relação de facilidade/dificuldade. Ou seja, se estamos em meio ao silêncio, um pequeno som que for emitido será ouvido e reconhecido, ao passo que em um ambiente onde ocorram vários ruídos de timbre e intensidades diferentes, dificilmente distinguiremos a ocorrência ou não de um som específico.
Dessa comparação poderemos passar a conviver com um termo que anda muito em moda e até entender de onde ele possa ter-se originado. Quando falamos da mata, da terra arada e dos pés de milho descrevíamos uma paisagem visual, quando falamos dos sons e silêncios convivendo num mesmo espaço descrevíamos uma paisagem sonora. Assim, daqui por diante referiremos a determinado som ambiental como paisagem sonora.
Quando alguém fala em um ambiente onde não haja outro tipo de som, cada palavra proferida é separada da seguinte por um pequeno silêncio e é isso que nos dá nitidez na escuta. Ao contrário, se muitas pessoas falam ao mesmo tempo a tendência é cada vez falarem mais alto e a dificuldade de entendimento só aumenta.
E isso não acontece só com o som da fala, mas com relação todo tipo de ruído. Quando estamos cercados por uma paisagem sonora densa tendemos a falar gritando e estamos prejudicando nossos aparelhos, fonador e auditivo.
Essas paisagens em que a aglomeração de sons sufoca o silêncio têm sido apelidadas de paisagens sonoras low-fi e as em que os sons dividem com o silêncio o espaço são apelidadas paisagens sonoras hi-fi. Nas paisagens hi-fi a escuta tem muito mais qualidade, mais nitidez, pois até sons suavíssimos são percebidos e reconhecidos por nossos ouvidos.
Às vezes nos passa despercebido, mas nossos ouvidos são elementos tão importantes senão mais importantes de que nossos olhos para o nosso sistema de defesa. Nossos olhos avisam-nos de perigos que estão à nossa frente apenas, já nossos ouvidos comunicam-nos através da escuta o som de eventuais perigos que possam estar vindo em nossa direção por todos os lados.
Da mesma forma, boas notícias também podem vir através do som e os nossos ouvidos podem identificá-las seja lá de que direção venham. Nosso corpo reage instintivamente para se posicionar adequadamente ante a perspectiva do acontecimento que se avizinha segundo o som que os ouvidos captam.
O estudo da música exercita a boa escuta assim como a prudência na emissão do som e a convivência com ele. Dessa forma, uma boa reflexão sobre estes comentários produzirão bons argumentos para os professores usarem em suas aulas de música em favor da melhora da paisagem sonora de suas cidades. Invocando Murray Schafer, diríamos que assim agindo estaríamos contribuindo para com a afinação do mundo.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

GRAVAÇÃO DE UM PODCAST A DISTÂNCIA

http://ead.sead.ufscar.br/portfolio/image.php?path=2651/8//Podcast_PodAprender.mp3


A EaD a cada dia vai mostrando que as tecnologias disponíveis, uma boa dose de criatividade aliadas a um pouco de ousadia são ingredientes suficientes para conseguir façanhas memoráveis.


Um grupo de sete alunos de Educação musical a distância, estando distantes uns dos outros cerca de 100 a 200 quilômetros elaboraram e gravaram um podcast, sendo que fizeram pesquisas isoladas, sobre o tema Tecnologias a favor da educação musical, repartiram as tarefas de locução, criação de pequenos temas musicais de introdução, ligação e conclusão, mixagem e gravação e o resultado pode ser ouvido acessando o link acima.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

SOFTWARES DE GRAVAÇÃO DE ÁUDIO

Disponivel em: www.programagratis.net.br


Até algum tempo atrás, o modo caseiro de se gravar uma música era através de gravadores de fita k7. Gravadores de boa qualidade produziam boas gravações e o processo era relativamente simples.
Comprava-se uma fita virgem e uma vez colocada no gravador, com um simples toque na tecla de gravação, o show começava a ser capturado por intermédio de um microfone embutido no próprio gravador.
Hoje existem softwares que são verdadeiros mini estúdios caseiros de produção de áudios. Para tanto basta que se tenha um computador equipado com mini caixas de som e um microfone simples, cujo custo gira em torno de dez reais.
Enquanto os gravadores de fita k7 possibilitavam apenas duas ações, gravar e ouvir o objeto gravado, os softwares de produção de áudios, além dessas duas funções básicas, permitem a manipulação do som gravado, tendo recursos, por exemplo, para eliminar ruídos indesejáveis, substituir trechos defeituosos da gravação, adicionar, a uma gravação de música já pronta, outra voz ou outro instrumento e muitas outras coisas mais.
Dentre esses softwares existe um chamado Audacity que tem distribuição gratuita. Qualquer pessoa poderá baixá-lo da internet. É um produto de excelente qualidade, de fácil manuseio e dotado de uma série muito grande de recursos.
Com o Audacity é possível importar arquivos de áudio de diversos formatos, entre esses, o formato mp3. E não fica só por aí. As manipulações que são possíveis realizar num arquivo gerado pelo Audacity podem igualmente serem realizadas na cópia de um arquivo por ele importado.
Sem sombra de dúvida, é uma tecnologia extremamente útil à educação musical. Só para citar um exemplo, suponhamos que um professor de canto dê como tarefa de casa a dois de seus alunos, gravar, em dueto, a música Chalana.
O aluno A grava no Audacity a primeira voz, salva em mp3 e envia por e-mail o arquivo ao aluno B. Esse por sua vez, abre o arquivo no Audacity, adiciona uma pista e canta a segunda voz, salva em mp3 e manda por e-mail ao professor. Mas, na prática, como realizar tudo isso?
Bastará acessar o site audacity.sourceforge.net/manual e baixar o manual em português que ensina, de forma extremamente didática, como manusear o software.

Referências bibliográficas:


Programa grátis. Disponível em:
http://www.programagratis.net.br/editor-de-audio-gratis-audacity.html
Acesso em 08/06/2011.
Audacity. Disponível em: http://audacity.sourceforge.net/manual-1.2/index.html
Acesso em 08/06/2011
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quarta-feira, 1 de junho de 2011

O Lobo Mau, o PodCast e a Educação Musical



Antes do advento da TV as pessoas, principalmente as crianças, possuíam melhor aptidão para a escuta do que nos dias atuais. Ao ouvir o relato de um acontecimento, involuntariamente, o indivíduo esboçava em sua mente o cenário do fato.
As crianças adoravam aqueles bons contadores de histórias que sabiam descrever com riqueza de pormenores o contexto do causo que estava contando. O envolvimento era tamanho que provocava nas crianças efeitos emocionais de susto, de dó, de revolta, de tristeza e/ou de alegria.
Com a chegada do rádio, essa aptidão experimentou ganhos, vez que nesse veículo de comunicação era utilizada estratégia parecida com a dos bons contadores histórias e as oportunidades de escuta passaram a ser mais freqüentes.
A música nessa época foi muito beneficiada. As pessoas refinaram sua interação com as peças músicais ouvidas, passaram a captar as emoções de que estavam impregnadas, traços do meio e de época da composição.
Com a chegada da TV, aos poucos, a escuta passou a ter papel secundário. O telespectador encontrou maior comodidade para compreender o fato através da exibição de sua imagem. As pessoas agora não têm paciência para ouvir na ausência da imagem. Perderam o costume da escuta pura e simples. E isso é ruim para a música.
Voltando ao título desta matéria, não seria absurdo imaginar que a proliferação do uso do PodCast poderá restaurar o prazer da escuta e a capacidade de abstrair o cenário envolvente da oralidade. Dentro desse raciocínio a educação musical estaria recebendo de volta um de seus mais importantes ingredientes: aptidão para a escuta crítica.

Referências:

Lobo Mau contador de histórias. Disponível em:

http://www.portaldohumor.com.br/cont/img/imagens/743/Lobo-mau-contador-de-historias.html . Acesso em 01/06/2011.

PodCast. Disponível em: http://www.dreamstime.com. Acesso em 01/06/2011.