sexta-feira, 2 de setembro de 2011

DO FOLCLORE À MUSICALIZAÇÃO É SUCESSO DE MONTÃO









Quando criança, aprendi assim a parlenda da festa do tatu:

João pica pau
Maria mexe o angu
Tereza põe a mesa
Para a festa do tatu.

Certo dia, olhando para esses dizeres, fiquei me perguntando, qual teria sido a origem de tudo isso? – Por que João, Maria e Tereza estariam trabalhando numa festa para o tatu?
Que eu saiba, tatu vive num buraco que mal dá para ele se introduzir. - Como Tereza poria a mesa nessa casa? – Por que o prato principal seria o angu?
Por que tantas crianças da minha época cantaram sem contestação nenhuma essa e tantas outras e se divertiam a valer com isso? Ai, lembrei-me:
O folclore é o terreno fértil para a germinação de manifestações musicais. O folclore é generoso, admite a apropriação, aceita a adaptação, está sempre propenso a voltar à origem, ao mesmo tempo em que está aberto a metamorfosear-se para um elemento inédito.
Não tive dúvidas. Pedi licença ao folclore para esticar essa parlenda e transformá-la numa bem humorada ciranda com intuito de aplicá-la na educação infantil. Tentei dar sentido aos dizeres da parlenda e ficou assim:

A FESTA DO TATU

Alegres caminhando
Vamos à floresta
Na casa do tatu
Haverá uma grande festa

João, pica pau,
Maria mexe o angu.
Tereza põe a mesa
Para a festa do tatu.

Buraco no chão
É a casa do tatu
É muito apertada
E escura pra chuchu

Grita João,
Tereza e Maria,
Vamos dar no pé
Que esta festa é uma fria...

Eu achei que ficou tão legal. Mas, e as crianças gostariam também? – Resolvi testar na prática. Fui até a Escola Municipal Interventor Noraldino Lima, onde sabia existir em curso um trabalho de musicalização nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
Solicitei à Diretora que me permitisse fazer um experimento com alguns de seus alunos na interpretação da nova ciranda.
Tendo recebido a permissão e disponibilizados 7 alunos, distribuí-lhes as letras da ciranda e cantei com eles uma única vez, aprenderam e adoraram. Fomos para a fase da gravação em vídeo, quando já cantaram de cor e combinando com movimentos corporais inventados ali na hora.
Eu não os conhecia e nem eles a mim. A música fez de nós uma equipe em poucos instantes.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O papel da educação musical na melhoria do ambiente sonoro.




O mundo atual pode ser considerado como o tabuleiro do barulho. Nossas cidades, nossas estradas, nosso céu e até o nosso meio rural convivem com uma variedade de ruídos muito intensa.
Muito se tem ouvido falar sobre a urgência da implementação de políticas de regulação da ambientação sonora. Mas, enquanto essas não decolam dos intermináveis fóruns sobre o tema, uma conscientização social poderia ser um grande primeiro passo.
O ensino básico de nossas escolas poderia, em parceria com os pais, estabelecer mecanismos de criação de bons hábitos nas crianças e adolescentes a favor da despoluição sonora do nosso meio. Para isso, a educação musical seria um importante trunfo para o alcance de bons resultados. A defesa dessa crença se alicerça na consideração de que a música é a combinação de sons e silêncios de forma organizada
Como forma de simular a visibilidade da convivência entre o som e o silêncio, estabeleçamos uma metáfora: Imaginemos uma floresta nativa, onde se vê uma massa ininterrupta e diversa de vegetação e de outra parte uma área de terra arada onde começa a nascer uma plantação de milho.
A uma distância de cem metros, olhando para a terra arada veremos com plena nitidez que os pequenos vegetais que crescem são pés de milho. Diferentemente, à mesma distância, olhando para a floresta teremos dificuldade para identificar as espécies das grandes árvores.
Nossa intuição nos diz que a aglomeração é a causa da dificuldade para distinguirmos as árvores e ao mesmo tempo nos indica que os espaços vazios entre os pés de milho facilitam nosso reconhecimento.
Se compararmos a terra arada com o silêncio. os pés de milho com sons de pouca intensidade e as árvores com muitos sons fortes e simultâneos vamos encontrar a mesma relação de facilidade/dificuldade. Ou seja, se estamos em meio ao silêncio, um pequeno som que for emitido será ouvido e reconhecido, ao passo que em um ambiente onde ocorram vários ruídos de timbre e intensidades diferentes, dificilmente distinguiremos a ocorrência ou não de um som específico.
Dessa comparação poderemos passar a conviver com um termo que anda muito em moda e até entender de onde ele possa ter-se originado. Quando falamos da mata, da terra arada e dos pés de milho descrevíamos uma paisagem visual, quando falamos dos sons e silêncios convivendo num mesmo espaço descrevíamos uma paisagem sonora. Assim, daqui por diante referiremos a determinado som ambiental como paisagem sonora.
Quando alguém fala em um ambiente onde não haja outro tipo de som, cada palavra proferida é separada da seguinte por um pequeno silêncio e é isso que nos dá nitidez na escuta. Ao contrário, se muitas pessoas falam ao mesmo tempo a tendência é cada vez falarem mais alto e a dificuldade de entendimento só aumenta.
E isso não acontece só com o som da fala, mas com relação todo tipo de ruído. Quando estamos cercados por uma paisagem sonora densa tendemos a falar gritando e estamos prejudicando nossos aparelhos, fonador e auditivo.
Essas paisagens em que a aglomeração de sons sufoca o silêncio têm sido apelidadas de paisagens sonoras low-fi e as em que os sons dividem com o silêncio o espaço são apelidadas paisagens sonoras hi-fi. Nas paisagens hi-fi a escuta tem muito mais qualidade, mais nitidez, pois até sons suavíssimos são percebidos e reconhecidos por nossos ouvidos.
Às vezes nos passa despercebido, mas nossos ouvidos são elementos tão importantes senão mais importantes de que nossos olhos para o nosso sistema de defesa. Nossos olhos avisam-nos de perigos que estão à nossa frente apenas, já nossos ouvidos comunicam-nos através da escuta o som de eventuais perigos que possam estar vindo em nossa direção por todos os lados.
Da mesma forma, boas notícias também podem vir através do som e os nossos ouvidos podem identificá-las seja lá de que direção venham. Nosso corpo reage instintivamente para se posicionar adequadamente ante a perspectiva do acontecimento que se avizinha segundo o som que os ouvidos captam.
O estudo da música exercita a boa escuta assim como a prudência na emissão do som e a convivência com ele. Dessa forma, uma boa reflexão sobre estes comentários produzirão bons argumentos para os professores usarem em suas aulas de música em favor da melhora da paisagem sonora de suas cidades. Invocando Murray Schafer, diríamos que assim agindo estaríamos contribuindo para com a afinação do mundo.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

GRAVAÇÃO DE UM PODCAST A DISTÂNCIA

http://ead.sead.ufscar.br/portfolio/image.php?path=2651/8//Podcast_PodAprender.mp3


A EaD a cada dia vai mostrando que as tecnologias disponíveis, uma boa dose de criatividade aliadas a um pouco de ousadia são ingredientes suficientes para conseguir façanhas memoráveis.


Um grupo de sete alunos de Educação musical a distância, estando distantes uns dos outros cerca de 100 a 200 quilômetros elaboraram e gravaram um podcast, sendo que fizeram pesquisas isoladas, sobre o tema Tecnologias a favor da educação musical, repartiram as tarefas de locução, criação de pequenos temas musicais de introdução, ligação e conclusão, mixagem e gravação e o resultado pode ser ouvido acessando o link acima.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

SOFTWARES DE GRAVAÇÃO DE ÁUDIO

Disponivel em: www.programagratis.net.br


Até algum tempo atrás, o modo caseiro de se gravar uma música era através de gravadores de fita k7. Gravadores de boa qualidade produziam boas gravações e o processo era relativamente simples.
Comprava-se uma fita virgem e uma vez colocada no gravador, com um simples toque na tecla de gravação, o show começava a ser capturado por intermédio de um microfone embutido no próprio gravador.
Hoje existem softwares que são verdadeiros mini estúdios caseiros de produção de áudios. Para tanto basta que se tenha um computador equipado com mini caixas de som e um microfone simples, cujo custo gira em torno de dez reais.
Enquanto os gravadores de fita k7 possibilitavam apenas duas ações, gravar e ouvir o objeto gravado, os softwares de produção de áudios, além dessas duas funções básicas, permitem a manipulação do som gravado, tendo recursos, por exemplo, para eliminar ruídos indesejáveis, substituir trechos defeituosos da gravação, adicionar, a uma gravação de música já pronta, outra voz ou outro instrumento e muitas outras coisas mais.
Dentre esses softwares existe um chamado Audacity que tem distribuição gratuita. Qualquer pessoa poderá baixá-lo da internet. É um produto de excelente qualidade, de fácil manuseio e dotado de uma série muito grande de recursos.
Com o Audacity é possível importar arquivos de áudio de diversos formatos, entre esses, o formato mp3. E não fica só por aí. As manipulações que são possíveis realizar num arquivo gerado pelo Audacity podem igualmente serem realizadas na cópia de um arquivo por ele importado.
Sem sombra de dúvida, é uma tecnologia extremamente útil à educação musical. Só para citar um exemplo, suponhamos que um professor de canto dê como tarefa de casa a dois de seus alunos, gravar, em dueto, a música Chalana.
O aluno A grava no Audacity a primeira voz, salva em mp3 e envia por e-mail o arquivo ao aluno B. Esse por sua vez, abre o arquivo no Audacity, adiciona uma pista e canta a segunda voz, salva em mp3 e manda por e-mail ao professor. Mas, na prática, como realizar tudo isso?
Bastará acessar o site audacity.sourceforge.net/manual e baixar o manual em português que ensina, de forma extremamente didática, como manusear o software.

Referências bibliográficas:


Programa grátis. Disponível em:
http://www.programagratis.net.br/editor-de-audio-gratis-audacity.html
Acesso em 08/06/2011.
Audacity. Disponível em: http://audacity.sourceforge.net/manual-1.2/index.html
Acesso em 08/06/2011
.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O Lobo Mau, o PodCast e a Educação Musical



Antes do advento da TV as pessoas, principalmente as crianças, possuíam melhor aptidão para a escuta do que nos dias atuais. Ao ouvir o relato de um acontecimento, involuntariamente, o indivíduo esboçava em sua mente o cenário do fato.
As crianças adoravam aqueles bons contadores de histórias que sabiam descrever com riqueza de pormenores o contexto do causo que estava contando. O envolvimento era tamanho que provocava nas crianças efeitos emocionais de susto, de dó, de revolta, de tristeza e/ou de alegria.
Com a chegada do rádio, essa aptidão experimentou ganhos, vez que nesse veículo de comunicação era utilizada estratégia parecida com a dos bons contadores histórias e as oportunidades de escuta passaram a ser mais freqüentes.
A música nessa época foi muito beneficiada. As pessoas refinaram sua interação com as peças músicais ouvidas, passaram a captar as emoções de que estavam impregnadas, traços do meio e de época da composição.
Com a chegada da TV, aos poucos, a escuta passou a ter papel secundário. O telespectador encontrou maior comodidade para compreender o fato através da exibição de sua imagem. As pessoas agora não têm paciência para ouvir na ausência da imagem. Perderam o costume da escuta pura e simples. E isso é ruim para a música.
Voltando ao título desta matéria, não seria absurdo imaginar que a proliferação do uso do PodCast poderá restaurar o prazer da escuta e a capacidade de abstrair o cenário envolvente da oralidade. Dentro desse raciocínio a educação musical estaria recebendo de volta um de seus mais importantes ingredientes: aptidão para a escuta crítica.

Referências:

Lobo Mau contador de histórias. Disponível em:

http://www.portaldohumor.com.br/cont/img/imagens/743/Lobo-mau-contador-de-historias.html . Acesso em 01/06/2011.

PodCast. Disponível em: http://www.dreamstime.com. Acesso em 01/06/2011.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A EAD E O FORUM DE DÚVIDAS


Considero que um dos elementos mais importantes num AVA é o fórum de dúvidas. No entanto, ele exercerá essa importância na medida em que for adequadamente utilizado.
Quem faz um curso através da EaD, certamente, concordará comigo. O mau uso dessa ferramenta, não raramente, acontece dos dois lados, por parte do aluno e/ou por parte do tutor ou professor.
Há alunos que não estudam o material didático disponibilizado e já vão direto para execução das tarefas. E à primeira dificuldade encontrada pedem socorro no fórum de dúvidas e ficam de braços cruzados aguardando a resposta.
Por outro lado, há tutores que acessam esse fórum apenas em determinados dias da semana. E aí, encontram lá um grande número postagens e não consegue responder a todas com a desejável agilidade.
Essa demora, às vezes, enseja a algum aluno a perda de prazo para entrega de tarefa com conseqüente prejuízo na avaliação.
Há tutores (as) maravilhosos (as) que respondem tempestivamente às dúvidas com orientações claras e certeiras. Felizmente, diga-se de passagem, esses são a maioria. De outra parte, há os que atendem rápido, mas saem pela tangente dizendo coisas do tipo: a resposta a essa dúvida está no livro eletrônico.
Por isso, lanço meu apelo: Ó atores da EaD reflitamos sobre o seguinte paradigma “Fórum de dúvidas não é um depósito de dúvidas e sim um eliminador de dúvidas mas que deve ser acionado em última instância”.

Referência:Ponto de interrogação. Disponível em:
http://office.microsoft.com/pt-pt/images/botao-e-ponto-de-interrogacao-MC900433165.aspx
Acesso em 30/05/2011.

sábado, 28 de maio de 2011

COMO CONSTRUIR UM TEXTO EM GRUPO NA WIKI





Quantos de nós já acessamos a Wikipédia e percebemos que daquele espaço é possível se extraírem informações, praticamente, sobre qualquer assunto, assim como, a qualquer um de nós que porventura detenha um conhecimento que possa enriquecer um conteúdo lá existente, é permitido postar lá uma contribuição. Poder-se-ia dizer que a página abriga um wiki global.
O mesmo princípio, em escala reduzida, pode ser empregado para a construção do texto de um trabalhado acadêmico realizado em grupo, numa wiki de acesso restrito.
De uma maneira muito simples Lee Lefever disponibiliza um tutorial, narrado em Inglês, com legendas em vários idiomas, inclusive na língua portuguesa. Vale a pena conferir no link abaixo referido.

Referência:

Lee Lefever. Wiki - O Que São As Wikis Em Linguagem Simples.
Disponível em:
http://www.masternewmedia.com.br/colaboracao_on-line/wikis/o-que-sao-wikis-tutorial-video--Lee-LeFever-CommonCraft-20071007.htm .

Acesso em 28/05/2011.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

AS ILHAS VIRTUAIS E A EDUCAÇÃO


Os cursos abrangidos pela EaD, às vezes são também chamados de semi-presenciais, em virtude de abrigarem ocorrências de eventos presenciais exigidos por dispositivos legais.
Com a proliferação das redes-sociais virtuais e as descobertas cada vez mais abrangentes de sua aplicação, já surgem algumas idéias no sentido de agregar às estruturas de educação presencial recursos pedagógicos disponíveis na Web 2.0.
Uma delas seria a da utilização da ferramenta wiki na realização de trabalhos escolares em grupo, situação em que os alunos poderiam se reunir sem sair de suas casas, assim como tirar dúvidas com o professor também virtualmente.
Na prática, a ferramenta estaria proporcionando a criação de uma ilha virtual de acesso restrito.

Estaria daí nascendo o termo cursos semi-virtuais?

A Voz do Coração

                                    http://cinema.cineclick.uol.com.br/filmes/

A educação musical está de volta ao Ensino Regular. Nossas escolas buscam formas de cumprir a Lei. Neste espaço defendemos a idéia de que a educação a distância é o caminho mais curto para o Brasil suprir suas escolas com educadores musicais de qualidade.
Além de outras opções disponíveis, poderíamos citar a UFSCar e a UnB como canais eficientes já agindo nesse sentido, com oferecimento de cursos de licenciatura em educação musical a distância.
Todavia, a colocação de pessoal qualificado no mercado de trabalho nessa área em número compatível com a demanda que se desenha, certamente, levará pelo menos uma década.
Enquanto isso, as escolas haverão de buscar alternativas para cobrir essa lacuna, seja com a utilização de músicos sem formação pedagógica, seja com alunos em formação matriculados em cursos de educação musical etc.
Graças ao ciberespaço esse pessoal em exercício na fase de transição poderá se suprir na Web 2.0 de materiais preciosos para sustentação de seu trabalho pedagógico. É só saber procurar!
Um exemplo interessante é o filme francês Les Choristes, título em português, “A voz do coração”, que exibe a história de um professor de música que vai trabalhar numa instituição de reeducação de crianças desamparadas no contexto do pós-guerra na frança. O ambiente hostil encontrado foi magistralmente transformado com a introdução do canto coral.
As estratégias empregadas pelo professor Clément Mathieu  surtiram um efeito tão grandioso que levou Lohan Lage a se expressar em sua resenha do filme com as seguintes palavras:

“O filme trata do assunto com apreciável delicadeza, aguçando a sensibilidade dos mais brutamontes de plantão. Uma obra como esta se torna indispensável em qualquer plano de ensino que se preze.”

Deixo aqui a indicação do link, de onde o filme pode ser baixado:

Referências:
Acesso em 26/05/2011.

A voz do Coração – Resenha de Lohan Lage. Disponível em:
http://autoressa.blogspot.com/2010/04/resenha-do-filme-voz-do-coracao-por.html  Acesso em 26/05/2011.

sábado, 7 de maio de 2011

A MISSA DO GALO


                          

Até o começo da década de 1960 era comum os mancebos fazerem serenatas para as donzelas casadoiras. Era uma época em que, praticamente, a única tecnologia disponível e necessária para o mimo era um violão.
O palco era um céu cheio de estrelas, umedecido pelo orvalho da madrugada e aquecido pelos sonhos que vibravam nos corações dos que cantavam e pelos suspiros que brotavam na alma das que ouviam. 
Era um tempo em que as donzelas se recolhiam cedo, no mais tardar 22 horas. Todavia, na noite de Natal, a Missa do galo que, na época acontecia a partir da meia-noite, dava oportunidade a que esses corações, dividindo o mesmo espaço, vibrassem entrelaçados por troca de olhares que muitas vezes significavam o prenúncio de grandes histórias de amor.
O coral da igreja dava o tom ao clima, entoando os hinos apropriados para a ocasião. Esses momentos mágicos duravam tão somente enquanto eram vividos. Depois eram apenas lembranças.
Nossa época atual consegue a façanha de empacotar esse clima e exibi-lo quantas vezes se queira. A música está de volta à escola. E com isso, a história poderá ser reescrita e representada por novos atores e difundida em todo ciberespaço.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A EaD COMO CAMINHO DE VOLTA DA MUSICA À ESCOLA


O prazo de três anos definido pela Lei nº 11.769 para as escolas introduzirem o ensino de música em suas grades curriculares está próximo de se esgotar e não se tem notícias de grandes passos no sentido de sua concretização.
No final do ano passado, visitei duas escolas do Ensino Fundamental, das quais vinham informações da existência de ações no sentido de se adequarem à Lei.
Em uma delas, tive a grata oportunidade de apreciar um bom trabalho de musicalização em curso, sob a responsabilidade de uma musico terapeuta que gozava de total apoio da direção da escola.  Na outra, o trabalho, praticamente, se resumia em escuta de CD, canto associado a discreta movimentação corporal e elementar prática de percussão.
A grande dificuldade das escolas tem sido encontrar professores  qualificados para o desempenho da função. De outra parte, o Curso de Educação Musical a Distância da UFSCar vem revelando ser perfeitamente viável formar educadores musicais de qualidade através da EaD.
Combinando essas duas realidades, imagino que uma grande cartada poderia ser um aditivo à Lei que regulasse que as escolas, na falta de disponibilidade de educador musical graduado, possam confiar a missão a matriculados em curso de licenciatura em educação musical a distância.
A medida ensejaria uma via de mão dupla quanto a vantagens: a teoria e a prática caminhariam juntas. As escolas viabilizariam a sua adequação à Lei e estariam participando do processo de formação de seus educadores musicais. E os aspirantes a ocupação desses postos de trabalho gozariam da exeqüibilidade de trabalhar e estudar.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O papel da inclusão digital no processo educativo

De acordo com o Texto Básico para Estudo – Inclusão Digital, uma vez estabelecido o significado inicial do termo, as condições materiais necessárias para que um indivíduo possa participar da inclusão digital serão: ter acesso a um computador, saber usá-lo e tê-lo ligado em rede com a internet.
Satisfeitas essas condições, a elas somar-se-ão o modo de vida desse indivíduo, o contexto social em que se insere e os seus anseios de médio e longo prazo, variáveis que determinarão o eventual motivo para almejar sua inclusão digital.
Uma vez esclarecidas essas condicionantes, especificamente, o texto procura definir o papel da inclusão digital no processo educativo.
Dentro desse escopo, desenha-se o cenário educacional reinante no Brasil fazendo menção ao fato de no país cerca de 10% da população ser analfabeta e ao da existência de grande número de analfabetos funcionais. Ao citá-los, considera esses fatores como fontes de dificuldades para se pensar em inclusão digital.
De outra parte, o texto exibe gráfico estatístico que revela a evolução do número de usuários da internet de 5,8% para 13,9% da população no período de 2000-2005. Comenta que, embora os dados sugiram um elevado crescimento, outro gráfico mostra que o patamar alcançado é ainda pouco significativo quando comparado com o de outros países.
Esse ar de pessimismo é atenuado na análise do terceiro gráfico que, distribuindo a população acessante por faixa etária, indica que cerca de 30% das crianças e quase 50% dos jovens são usuários da internet. Ou seja, é um contingente que envelhecerá  utilizando as tecnologias de informação e comunicação.
Não obstante, nas letras, o texto deixe transparecer a preocupação com a necessidade da difusão do letramento digital mesclada com certo desânimo quanto a possibilidade de consegui-la, nos números, expectativas otimistas se esboçam. Afinal a evolução percentual positiva na curta série temporal finalizada em 2005 clama por nova observação abrangendo período mais recente no sentido de verificar se a tendência continua ou não.
Pesquisando na internet foi encontrada no site do IBGE, no tópico Perfil dos Municípios Brasileiros 2009,  a seguinte informação: “Grande parte dos municípios brasileiros (87,6%) informou desenvolver política ou plano de inclusão digital em 2009.” Essa informação chamou a atenção e inspirou a busca de outros elementos.
Na página ARTIGONAL foi encontrada a afirmação, “Levantamento realizado pelo IBOPE, com números de julho de 2009, mostra que somos 68 milhões de internautas, o quinto maior do mundo com acesso a internet.”. Se considerarmos a população nesse momento como 200 milhões, o número de usuários da internet  corresponderia a 34%.
De outra parte, no site da BBC registra-se a notícia “De acordo com dados do IBGE, mais de 65% dos brasileiros com mais de dez anos de idade não acessam a rede mundial, sendo que a grande maioria destes (60%) não o faz por não saber como ou por não ter acesso a computadores.”. Ora, 65% de 200 milhões são 130 milhões, que somados aos 68 milhões do IBOPE atinge 198 milhões. O cruzamento dessas duas informações dá robustez à crença de que em 2009 já éramos realmente 68 milhões de internautas.
Somando tudo isso e volvendo os olhos para o que informou o IBGE, somos levados a crer na afirmação de estar em curso em quase 90% dos nossos municípios  o desenvolvimento de políticas de inclusão digital.
Todo esse discurso credencia duas conclusões: A taxa de crescimento do número de usuários da internet se mantém e as forças políticas priorizam a inclusão digital das massas.
Há de se considerar, todavia, que ao lado dessa onda quantitativa otimista reside a preocupação com o risco da inadequada utilização da inclusão digital no processo educativo.
É comum nos meios docentes ouvirem-se notícias da vigência generalizada da cultura do “clik e arraste”, ou seja, trabalhos escolares em forma de feixe de fragmentos extraídos na integra da internet. Presente-se que no ensino presencial em todos os níveis, está faltando (a exemplo do que ocorre na EaD) institucionalizar a conscientização de que a pesquisa na internet  não significa o enfeixamento de fragmentos do conhecimento alheio, mas sim a reunião de elementos que permitam a construção de uma idéia nova, recheada de originalidade.
Concluindo, a inclusão digital pura e simples parece não ser capaz de garantir melhora no processo educativo, podendo até ser prejudicial e se transformar num incentivo à preguiça, se não for precedida de estratégias que levem o aluno a adquirir a convicção de que seu uso deva ser encarado como uma ferramenta útil à construção do conhecimento.

Referências bibliográficas:

Livro Eletrônico: A História da Internet e a Inclusão Digital – EaD Educação Musical UFSCar. 2011.
IBGE. Disponível em: <
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1612&id_pagina=1> Acesso em 20/04/2011.
ARTIGONAL. Disponível em: <
http://www.artigonal.com/multimidia-artigos/inclusao-digital-no-brasil-1605539.html> Acesso em 20/04/2011.
BBC. Disponível em:
<
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/03/100315_brasil_impacto_cq.shtml>
Acesso em 20/04/2011.


INÍCIO DA CONVERSA

A BELA ADORMECIDA

Nossa educação musical permaneceu adormecida por quatro décadas. E o Brasil desaprendeu a cantar. A Lei 11.769 de 28/04/2008 marcou data para que um príncipe encantado surja, beije-a e desperte-a. Há notícias de que esse príncipe nasceu no limiar do terceiro milênio e recebeu o nome de EaD EdMus.
É um príncipe moderno, alegre, ágil, destemido, ousado, incansável, está em vários locais ao mesmo tempo, nunca dorme e age com armas poderosíssimas, dotadas de tecnologias digitais.
Ultimamente o príncipe vem anunciando um plano para formar e treinar em pouco tempo um exército numeroso que será incumbido da missão de ensinar o Brasil a cantar novamente
.